Antes de Lula, o Brasil tinha medo de crescer. E muito medo que as empresas prosperassem. E mais medo ainda que as famílias melhorassem de vida. Só o medo explica a modesta oferta de crédito disponível na era FHC: apenas R$ 380 bilhões em 2002. Pode parecer muito, mas é quase nada para um país da grandeza do Brasil. Lula quadriplicou esse volume, para R$ 1,6 trilhão em 2010. Já no final de 2013, havia nada menos que R$ 2,7 trilhões circulando na economia, em forma de empréstimo para empresas e famílias. Com Lula e Dilma, o Brasil perdeu de uma vez por todas o medo de ser grande.
Lula apontou e enfrentou a contradição: o Brasil era um país capitalista sem capital – nem para investimento, nem para consumo. Em 2004-2005, o país experimentou o início da expansão acelerada do crédito, tanto para as empresas quanto para as pessoas físicas. E a oferta não parou de crescer. A forte redução da taxa de juros promovida pelo governo Lula (de 24,9% em dezembro de 2002 para 10,66% em dezembro de 2010) disponibilizou mais crédito para as pessoas jurídicas. Para as pessoas físicas, a principal inovação foi a introdução e a difusão do crédito consignado, em atendimento à reivindicação das centrais sindicais.