Para quem não podia pagar pelos serviços de um dentista particular, o único arremedo de política de saúde bucal do país era o uso indiscriminado do boticão, o sombrio alicate usado para arrancar dentes.
Em 2004, quando o Brasil Sorridente foi criado, 20% da população já tinha perdido todos os dentes. O resultado foi a criação de um estigma: o sorriso desdentado como símbolo da miséria, da falta de cuidados e da ausência do Poder Público. Em 2016, 83 milhões de brasileiros passaram a ter um bom motivo para sorrir.
O programa Brasil Sorridente, que investiu R$ 7 bilhões nos primeiros dez anos de existência, reformulou completamente a Atenção Básica em saúde bucal e, até 2016, contou com 24 mil equipes de odontologia trabalhando na Estratégia Saúde da Família de 5.007 municípios.
Para os casos mais complexos ou para restaurar o sorriso dos milhões de brasileiros que tiveram seus dentes arrancados – principalmente os mais idosos – foram criados 1.033 Centros de Especialidades Odontológicas. Além disso, de 2010 a 2016, foram disponibilizadas mais de 33,5 mil próteses dentárias. Elas foram entregues gratuitamente a pessoas que tiveram suas bocas mutiladas no passado.
Graças ao programa, o Brasil hoje faz parte do grupo de países com baixa incidência de cárie dentária, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). E mais: com as ações de prevenção, tratamento básico, atendimentos especializados, cirurgias, tratamentos de canal e reabilitação em saúde bucal do Brasil Sorridente, cerca de 400 mil dentes a menos foram extraídos por ano!