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LUZ PARA TODOS


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Luz para Todos

Com Lula e Dilma, energia elétrica tira 16 milhões da escuridão

Imagina se você não pudesse ver televisão. Nem curtir qualquer coisa na internet. Se fosse obrigado a acender uma vela para estudar à noite. Se não tivesse direito de tomar uma água gelada ou um banho quente.

Parece ficção do século 19, mas era a realidade de boa parte da nossa população em pleno século 21. Com o Luz para Todos, criado em 2003 pelo governo Lula, quando Dilma era ministra de Minas e Energia, 15,9 milhões de brasileiros conquistaram o acesso à energia elétrica.

Puderam comprar geladeiras, televisões, computadores; uniram-se em cooperativas e, graças ao crédito facilitado, investiram em trituradores de ração, freezers para conservar o pescado, sistemas de irrigação. O Luz para Todos é uma espécie de máquina do tempo: ajudou a vencer o passado e construir o futuro.

O papel do Estado

Com mais de 18,2 mil profissionais, programa fortaleceu atendimento à saúde do povo

O Luz para Todos ajudou a iluminar não só o país, mas também o debate sobre o papel do Estado. Antes do governo Lula, cabia ao mercado levar – ou não – conforto e dignidade a quem vivia na escuridão. E como o mercado cobra caro, o programa Luz no Campo, lançado pelo PSDB em 1999, não deslanchou. Em três anos alcançou apenas 50% da meta de um milhão de domicílios. As concessionárias não tinham obrigação de cumprir metas de investimento em expansão da malha de distribuição de energia, e arcavam com uma pequena parcela da expansão, utilizando em parte recursos da Reserva Global de Reversão. Os consumidores finais, as famílias pobres do campo, bancavam 85% do custo da expansão da eletrificação rural com financiamento do BNDES. As famílias que aderiram ao programa se endividaram, e as que não aderiram, continuaram sem luz. A partir do governo Lula, o Estado assumiu o papel de indutor do desenvolvimento, gerador de oportunidades e promotor da cidadania.

Presidente Lula exibe lamparina com nome do programa Luz para Todos, durante cerimônia comemorativa aos milhões de pessoas beneficiadas. | Foto: Ricardo Stuckert

Presidente Lula exibe lamparina com nome do programa Luz para Todos, durante cerimônia comemorativa aos milhões de pessoas beneficiadas. | Foto: Ricardo Stuckert

Conheça as populações que foram priorizadas pelo Luz para Todos

  • pessoas domiciliadas em áreas de concessão e permissão cujo atendimento resulte em elevado impacto tarifário;
  • pessoas atendidas pelo Programa Territórios da Cidadania ou pelo Plano Brasil Sem Miséria, em sua ampla maioria localizadas nas regiões Norte e Nordeste;
  • projetos de eletrificação em assentamentos rurais, comunidades indígenas, quilombolas e outras comunidades localizadas em reservas extrativistas ou em áreas de empreendimentos de geração ou transmissão de energia elétrica, cuja responsabilidade não seja do respectivo concessionário; e escolas, postos de saúde e poços de água comunitários.

Iluminando o caminho de volta

Um fenômeno inesperado: as cidades beneficiadas pelo Luz para Todos começaram a receber de volta ex-moradores que haviam migrado para outras regiões do país, em busca de melhores condições de vida. Estima-se, por meio de pesquisa realizada pelo Ministério de Minas e Energia, que 5% das famílias atendidas pelo programa tenham retornado à terra natal, o que daria um total de 158.434 famílias e mais de 780 mil pessoas. Ou seja, o fluxo migratório tradicional – da zona rural para os grandes centros – inverteu-se. A luz que levou o desenvolvimento, a cidadania, as oportunidades, também trouxe os filhos de volta para casa.

Aspas PALAVRA DO LULA

O Estado levou dignidade onde a iniciativa privada não chegava

“Você não faz um programa desses sem ser gratuito. Não faz. Sabe por que nunca fizeram? Porque queriam cobrar. Cobrar de quem é mais pobre. Como você pode cobrar de quem não tem nada, nem luz? Era assim que era na época do FHC, queriam cobrar. O Luz Para Todos é um programa que é muito forte, porque tirou as pessoas da escuridão da noite e permitiu que as pessoas fizessem várias coisas de noite. Estudar, criança pode estudar. A mulher pode costurar. Muda a vida.”

Presidente Lula

Aspas PALAVRA Da Dilma

Cidadania para milhões de brasileiros

“Como nós entendemos que o coitado que está lá tem o mesmo direito de nós que estamos aqui, nós temos a obrigação de levar [luz], mesmo que for de graça, custe o que custar, para essas pessoas. É esta a diferença do que está acontecendo no Brasil.”

Presidenta Dilma

PALAVRA DO POVO

"Antes da chegada da energia, eu produzia de 3 a 4 kg de queijo, porque eu não tinha como conservar. Agora com eletricidade na minha casa, eu já cheguei a produzir 60 kg por semana, e o meu sonho é criar a minha fábrica, registrada, para ter mais equipamentos, para vender em supermercado e poder empregar mais pessoas."

Cláudia Penteado Assentamento Itamarati, município de Ponta Porã - MS

"Uma benção de Deus na vida de muitos brasileiros como eu. Com a energia tudo melhora. Agora a bomba elétrica leva água para a caixa, não precisamos mais de baldes e nem de ir buscar no córrego, a água já está lá dentro de casa. Além disso, agora eu tenho televisão e rádio, tudo movido com a força da luz."

Oseas Galvão da Cruz Assentamento Francisco Galvão, Palmas - TO

"A energia é muito boa e mudou a nossa vida. Agora eu tenho geladeira, televisão e um ventilador e com tudo isso eu pago a conta bem pouquinho. Quando ela chega, eu já estou com o dinheirinho guardado."

Raimundo Felipe de Sousa Pombal - PB

"Eu trabalhava no escuro e furava os dedos.Todo mundo falava que não acreditava que aqui viria energia. Quanto mais as pessoas falavam pra mim, eu dizia que vinha, que tinha esperança. E veio mesmo."

(Clique para assistir ao vídeo do depoimento)

Iraci - artesã, Seabra (BA)

"Hoje em dia temos uma casa de farinha industrializada que tem dado muito emprego às pessoas... e a gente tem vendido bastante. O que é muito bom pra toda comunidade. Então, a energia chegou na hora certa."

(Clique para assistir ao vídeo do depoimento)

João Pereira da Costa - agricultor, Guajará-Mirim (RO)

"Aqui sem energia era horrível. Uma escuridão total ... No dia em que chegou as lâmpadas aqui foi uma festa. Nossa vida melhorou 100% em tudo ... Hoje temos coisas que não tínhamos antes. Eu tenho uma geladeira, então a comida não estraga. Água fria. Então eu acredito que a luz é realmente para todos."

(Clique para assistir ao vídeo do depoimento)

Valdirene Pereira de Melo - agricultora, Rio Grande do Norte

Impacto na economia


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Energia aquece consumo e produção

As obras do Luz para Todos geraram, até 2016, 498 mil novos postos de trabalho, segundo estimativa publicada pela ex-ministra do Desenvolvimento Social Tereza Campello no documento “Faces da Desigualdade no Brasil”.

Foram utilizados 8,3 milhões de postes, 1,2 milhão de transformadores e 1,6 milhão de quilômetros de cabos elétricos (o suficiente para 40 voltas ao redor da Terra). Além do impulso ao setor de materiais elétricos, o programa beneficiou também a indústria e o comércio de eletrodomésticos, entre outros.

Assim que conquistaram o direito à energia elétrica, 81% das pessoas compraram televisores, 78% passaram a ter geladeira, e 46% compraram máquina de lavar roupas, injetando nada menos que R$ 6,8 bilhões na economia, segundo a pesquisa Impactos do Programa Luz Para Todos, realizada em 2013. Sem falar nos freezers, bombas de água, trituradores de ração...

E é assim que o Luz para Todos aqueceu – e iluminou – a economia.

Centros Comunitários de Produção

Lembram da polêmica do dar o peixe ou ensinar a pescar? Pois junto com a energia elétrica, o governo levou a várias comunidades os Centros Comunitários de Produção (CCPs), cujo objetivo é promover o desenvolvimento socioeconômico nas comunidades localizadas nos rincões do país.

Os CCPs são unidades constituídas por máquinas e equipamentos para produção, processamento, conservação e/ou armazenagem de produtos agropecuários. Esses centros são geridos de forma associativa. O Programa Luz para Todos apoiou a estruturação e fortalecimento desses empreendimentos, incentivando a formação de associações de produtores e capacitando seus membros. O objetivo foi estimular a geração de trabalho e renda nas comunidades beneficiadas a partir da implantação de pequenas agroindústrias com equipamentos elétricos, de acordo com a vocação produtiva de cada região. Eles podem ser utilizados pelos moradores para o correto armazenamento de frutas, legumes e leite, ou ainda para o início de atividades como a manufatura, por exemplo. Com investimento de R$ 19,1 milhões, o Ministério de Minas e Energia apoiou até 2012 a implantação de 681 Centros Comunitários de Produção, que beneficiaram mais de 30 mil famílias.

Melhoramento dos processos produtivos:

  • bomba elétrica d'água nos poços;
  • irrigação;
  • máquina forrageira e trituradores para fazer ração para os animais;
  • motores elétricos, em substituição aos movidos a diesel;
  • resfriadores de leite, carne ou peixe;
  • estufas agrícolas;
  • casas de farinha;
  • fabricação de queijos, doce de leite, pães;
  • beneficiamento de frutas.

Tarifa Social de Energia Elétrica

Antes, o desconto era para quem consumia menos. Assim, proprietários de casas de praia frequentadas apenas no verão tinham direito ao benefício. Com o Luz para Todos, a Tarifa Social ajudou quem mais precisava. Assim, a partir de 2010, conforme a Lei 12.212 da tarifa social, famílias inscritas no CadÚnico ou que recebiam o BPC passaram a ter 65% de desconto até o limite de consumo de 30 kWh/mês, de 40% para consumo a partir de 31 kWh/mês, e de 10% para consumo de 101 kWh a 220 kWh. Para as famílias indígenas e quilombolas inscritas no CadÚnico o desconto foi de 100% até o limite de consumo de 50 kWh/mês. Os descontos foram variáveis e valiam para famílias com renda de até meio salário mínimo per capita. Famílias do Cadastro Único com renda mensal de até três salários mínimos puderam ser beneficiadas, caso algum de seus membros fizesse tratamento de saúde que utilizasse aparelhos com elevado consumo de energia.

O círculo virtuoso do Luz para Todos: mais energia, mais trabalho e renda para o brasileiro

Investimentos ultrapassaram R$ 22,8 bilhões

O Luz para Todos é coordenado pelo Ministério de Minas e Energia (MME), operacionalizado pela Eletrobrás e suas empresas controladas, e executado em parceria com governos estaduais e municipais e distribuidoras de energia elétrica. Os investimentos contratados somavam até o final de 2015 R$ 22,8 bilhões, dos quais cerca de 80% eram do governo federal, segundo dados do Ministério de Minas e Energia. Os recursos federais eram provenientes de um fundo setorial de energia -- a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) -- e, neste caso, repassados por meio de subvenção (fundo perdido), além de linha de financiamento da Caixa Econômica Federal. O restante era dividido entre governos estaduais e empresas distribuidoras de energia elétrica. A ligação da eletricidade era feita de forma gratuita e as famílias tinham direito à instalação de três lâmpadas e duas tomadas. E assim, já no mesmo dia, a vida começava a mudar.

Qualidade de vida


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Energia garantiu saúde, educação e melhor moradia para milhões de brasileiros

No princípio era a escuridão. Até que chegou o Luz para Todos e 15,9 milhões de brasileiras e brasileiros finalmente alcançaram o século 21. Com o simples apertar de um botão, ficaram livres da luz de vela, que prejudica as vistas, e da fumaça de lamparina, que atrapalha a respiração.

Depois vieram a geladeira, a televisão, a água gelada, o banho quente, as novas oportunidades de emprego e renda.

A chegada da energia elétrica também facilitou a integração dos programas sociais, além do acesso à saúde, educação, abastecimento de água e saneamento.

Não por acaso, segundo pesquisa do Ministério de Minas e Energia, 93%⁰ dos beneficiados pelo programa garantiram: a vida ficou muito melhor.

Presidente Lula segura candeeiro em moradia do sítio Santa Rita, no município de Santo Estevão (BA), onde 558 domicílios receberam energia elétrica do Luz para Todos. | Foto: Domingos Tadeu / PR

Presidente Lula segura candeeiro em moradia do sítio Santa Rita, no município de Santo Estevão (BA), onde 558 domicílios receberam energia elétrica do Luz para Todos. | Foto: Domingos Tadeu / PR

Conforto, acesso aos meios de comunicação, qualidade de vida: o Luz para Todos mudou o Brasil inteiro:

Nova luz para a Educação

Com o Luz para Todos, as escolas se multiplicaram, ampliaram o número de vagas e abriram cursos noturnos. Nas regiões mais quentes, o ventilador e a água gelada fizeram toda a diferença. As aulas ficaram mais animadas e interativas, com o reforço de aparelhos eletrônicos, como televisão, DVD e computador. Fazer o dever de casa, à noite, com luz elétrica em vez de vela ou candeeiro, facilitou o aprendizado, e os resultados saltaram aos olhos, como observou o agricultor Antonio José da Silva, oito filhos e sete netos, morador da comunidade quilombola Serra da Guia (Sergipe). “As notas melhoraram depois que as crianças começaram a estudar com a nova luz”.

O século 21 chegou à Saúde

Postos de saúde foram construídos em localidades remotas. Outros, já existentes, ganharam refrigeradores para conservação de vacinas e outros medicamentos.

Com os autoclaves (equipamentos para esterilização de materiais), diversos procedimentos puderam ser oferecidos, como exames preventivos, retirada de pontos cirúrgicos e nebulizações em crianças e idosos.

Os partos, muitas vezes realizados sem esterilização adequada e com a iluminação precária dos candeeiros, aconteceram com maior conforto e segurança – e foi assim que, no Brasil rural, a expressão "dar à luz" ganhou um novo significado.

Populações vulneráveis


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Populações vulneráveis

Programa mudou a vida de indígenas, quilombolas e assentados da reforma agrária

O governo Lula assumiu e cumpriu um compromisso histórico, seguido e aprofundado pelo governo Dilma: construir um país de todos, cuidando principalmente dos que mais precisam. O Luz para Todos não fugiu à regra, e atendeu prioritariamente populações indígenas, quilombolas e assentados da reforma agrária. Antes esquecidos, à margem do progresso, milhares desses brasileiros saíram da escuridão, conquistaram qualidade de vida e melhores condições para produzir e prosperar.

Aldeias indígenas

Um dos desafios do Luz para Todos era atender às comunidades indígenas sem interferir na sua cultura, na sua tradição, no seu modo de ser e pensar. Convênio do Ministério de Minas e Energia (MME) com a Funai permitiu que, nas escolas das aldeias Terena, Guarani Kaiowá e Kaingang, os beneficiários recebessem instruções sobre como utilizar a energia elétrica de forma racional e segura, em cartilhas publicadas em português e nas línguas nativas de cada um desses povos.

Segundo dados do Ministério de Minas e Energia (MME), 35 mil famílias indígenas (180 mil pessoas) viram a energia elétrica chegar às suas aldeias. Junto com ela chegaram as geladeiras, que nos postos de saúde armazenam vacinas e soros contra animais venenosos. Chegaram também equipamentos de irrigação, para garantir a produção de milho e mandioca. E chegaram também computadores, como os da escola da aldeia Campestre, em Antônio João (MS), com as quais os alunos estudam e se divertem, rindo e conversando feito qualquer criança – só que em guarani.

Comunidades quilombolas

Mais de 29 mil famílias (cerca de 150 mil pessoas) de comunidades remanescentes dos quilombos foram beneficiadas pelo Luz para Todos, de acordo com o MME. Saiu a escuridão, entrou a luz elétrica – e com ela a geladeira, a televisão, o ventilador... No município de Alcântara (MA), maior área de remanescentes de antigos quilombos do Brasil, as lojas de eletrodomésticos venderam como nunca. Na comunidade Arenhengaua, o pequeno comerciante Antonio Coelho, que no tempo da escuridão só podia vender bolo e biscoito, passou a exibir na fachada da venda o anúncio de carne, sorvete e cerveja gelada. “Agora sim, eu posso falar que tenho um comércio. Com a energia ficou muito mais fácil”, comemorou.

Os remanescentes de quilombolas de Itamatatiua, em Alcântara, no Maranhão, não passam mais as noites na escuridão | Foto: Divulgação MME

Os remanescentes de quilombolas de Itamatatiua, em Alcântara, no Maranhão, não passam mais as noites na escuridão | Foto: Divulgação MME

Luz para Todos chegou também nas comunidades quilombolas do território Kalunga, da zona rural dos municípios goianos de Cavalcanti, Teresina de Goiás e Monte Alegre de Goiás. | Foto: Divulgação MME

Luz para Todos chegou também nas comunidades quilombolas do território Kalunga, da zona rural dos municípios goianos de Cavalcanti, Teresina de Goiás e Monte Alegre de Goiás. | Foto: Divulgação MME

Programa leva saúde e educação à comunidade quilombola do município de Itapecuru-Mirim e à comunidade Ilha Grande, no Maranhão.

Assentamentos

O Luz para Todos beneficiou 228 mil famílias (mais de 1 milhão de pessoas) que vivem e trabalham em assentamentos da Reforma Agrária. A energia elétrica gerou lucro e melhorou a qualidade de vida. No assentamento Colônia 2, no município de Padre Bernardo (GO), por exemplo, a agricultura irrigada aumentou a produtividade e a renda das famílias. No assentamento Itamarati, em Ponta Porã (MS), os tanques de resfriamento de leite acabaram com a perda de produto e o prejuízo. “Antigamente, tínhamos que tirar o leite todo dia e sair batendo de casa em casa, para vender antes que estragasse”, lembra sem saudade o pequeno produtor Ildo Teixeira da Silva.

Presidente Lula ao lado de moradora beneficiada pelo Programa Luz para Todos, em Congonhinhas (PR). Foto: Ricardo Stuckert

Presidente Lula ao lado de moradora beneficiada pelo Programa Luz para Todos, em Congonhinhas (PR). Foto: Ricardo Stuckert

Chegando aonde a escuridão está

O programa Luz para Todos levou energia e dignidade onde quer que o povo estivesse. Não importaram os custos ou as dificuldades logísticas. Nada menos que 90 mil metros de cabos subaquáticos estão hoje mergulhados no mar e nos rios, iluminando ilhas e outras regiões remotas, segundo o MME. Novas tecnologias foram desenvolvidas, como a dos postes de resina de poliéster reforçada com fibra de vidro: cinco vezes mais leves que os postes convencionais, eles chegaram aonde parecia impossível, flutuando nas águas dos rios ou içados por helicópteros. Por essas e outras, o Luz para Todos é considerado o programa de inclusão de energia elétrica mais ambicioso já implementado no mundo.

O direito à energia elétrica chegou para quem viveu muito tempo na escuridão. | Foto: Divulgação Eletrobras

O direito à energia elétrica chegou para quem viveu muito tempo na escuridão. | Foto: Divulgação Eletrobras

Veja como o Programa Luz para Todos beneficiou a população da Ilha das Araras, no Pará

Os desafios de trazer a eletricidade para o Lago do Cuniã (Rondônia) e da Serra de Cafundó (Ceará)

Desmonte


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O fim da exclusão elétrica está ameaçado

Quando começou a ser implantado, em novembro de 2003, a meta inicial do Luz para Todos era levar energia elétrica para mais de 10 milhões de brasileiros. Esse enorme contingente foi atingido em 2009, segundo dados do Ministério de Minas e Energia. Mas como ainda havia muita gente sem energia elétrica, como mostrou o Censo 2010, o programa ganhou uma nova fase, que se estendeu até 2014, com prioridade para pessoas atendidas pelo Plano Brasil Sem Miséria e pelo Programa Territórios da Cidadania. No final de 2014 foi novamente prorrogado, até 2018.

De 2011 até maio de 2016, outras 608 mil ligações haviam sido feitas, contemplando mais 3 milhões de brasileiros, a maioria assentados da reforma agrária, indígenas, quilombolas e populações ribeirinhas. Desse total, mais da metade foi para famílias beneficiárias do programa Brasil Sem Miséria.

A exemplo do que ocorreu com quase todos os programas criados durante os governos Lula e Dilma, o Luz para Todos também passou a viver sob constante ameaça a partir de 2016. Ainda que os novos governantes do país, elevados ao poder a partir de um golpe, tentassem esconder o legado das gestões anteriores, acabaram “obrigados” a dar o braço a torcer. Assim, o Luz para Todos foi prorrogado inúmeras vezes. O último decreto, de 2018, alterou o prazo para conclusão do programa para dezembro de 2022, mas em meados de 2021, os próprios técnicos do ministério apontavam que cerca de 428 mil famílias ainda não tinham acesso à energia elétrica.

Privatização da Eletrobras encerra o programa

Desde 2015, no entanto, taxa de imunização infantil segue em queda no Brasil

Com a privatização da Eletrobras, as metas do Luz para Todos podem jamais ser atingidas. Isso porque, ao deixar de ser estatal, a empresa deixa de ter obrigação de realizar investimentos para manter o programa.

O Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (Cepel), o maior da América Latina, e o Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel) também serão extintos com a privatização.

A partir do golpe de 2016, o Luz para Todos passou a viver sob constante ameaça. Com as privatizações, metas do programa podem jamais ser atingidas. | Foto: Divulgação PAC

A partir do golpe de 2016, o Luz para Todos passou a viver sob constante ameaça. Com as privatizações, metas do programa podem jamais ser atingidas. | Foto: Divulgação PAC

O que é o Programa Luz Para Todos?

O Programa Luz Para Todos foi criado em 2003, no Governo Lula, pela então ministra de Minas e Energia e ex-presidenta Dilma Rousseff. O objetivo do programa é levar energia elétrica para todos os brasileiros que vivem na zona rural e ainda não tenham acesso a este serviço. A meta inicial do programa, que já foi plenamente alcançada, era atender 10 milhões de pessoas.

Por que ainda encontramos residências rurais sem energia, se o programa já alcançou sua meta inicial?

O programa já superou em muito sua meta inicial, que era atender 10 milhões de pessoas. Na verdade, já superou em muito essa meta – cerca de 16 milhões de pessoas beneficiadas. No entanto, ao longo dos anos, os governos do PT foram encontrando novas comunidades que ainda não tinham acesso à luz elétrica – comunidades mais distantes e isoladas. Isso fez com que a meta inicial fosse ampliada.

É verdade que as famílias beneficiadas pelo programa não pagam nada pela luz elétrica?

Não. Na verdade, somente a instalação da rede elétrica é gratuita. Depois que a energia começa a chegar na casa das famílias, elas passam a pagar a tarifa de consumo. As famílias de mais baixa renda são beneficiadas pela Tarifa Social.

O que é a Tarifa Social de energia elétrica?

Se a família beneficiada pelo Luz Para Todos estiver inscrita no Cadastro Único para Programas Sociais, e possuir renda per capita de até meio salário mínimo, ela pode receber um desconto na tarifa de luz, que varia de 10% a 65% de acordo com o consumo de energia do mês. Para famílias quilombolas e indígenas que consumam até 50 kWh/mês, o desconto é de 100%.

Por que o governo Lula decidiu investir tanto dinheiro em um programa que beneficia comunidades tão pequenas?

O governo Lula entendeu que a falta de energia elétrica é um obstáculo para o desenvolvimento social e econômico. Como o custo de levar a instalação elétrica em alguns lugares mais distantes é muito elevado, se o governo não assumisse a responsabilidade de fazer a instalação, certamente, essas milhões de pessoas permaneceriam sem luz até hoje. Para levar energia elétrica para 16 milhões de brasileiros que viviam na escuridão, foi investido, até 2015, R$ 22,8 bilhões.

Quais os benefícios que o programa trouxe para o País?

Primeiramente, ver milhões de brasileiros melhorarem suas condições de vida. Além disso, com a luz elétrica, as famílias que vivem no campo produziram mais e melhor, dinamizando a economia local. Também aumentou o consumo de eletrodomésticos e equipamentos rurais, impulsionando a indústria, gerando empregos. A chegada da energia elétrica também melhorou significativamente o atendimento nos postos de saúde de comunidades distantes, que passaram a ter condições de manter, por exemplo, estoques de vacinas. Possibilitou também a abertura de cursos noturnos nas escolas públicas locais. Com tudo isso, os benefícios do Luz Para Todos foram compartilhados com todo o país.

É verdade que o Luz Para Todos foi criado em 2000?

Não. Antes do Luz Para Todos, existia o Programa Luz no Campo, lançado no ano 2000. O Luz no Campo, no entanto, cobrava das famílias beneficiadas a taxa de instalação. Com isso pouquíssimas famílias podiam ser atendidas, pois a maioria não tinha condições de pagar. Com o Luz Para Todos o governo Lula assumiu toda a despesa com a instalação elétrica – a família só paga o que consumir.

É verdade que as famílias indígenas e quilombolas não pagam nada pela energia que consomem?

Como todas as famílias beneficiadas pelo programa Luz para Todos, os indígenas e quilombolas não pagam pelo custo da instalação da energia. Além disso, se o consumo da família for de até 50 kWh/mês, o governo concedeu um desconto integral da tarifa. Isso acontece porque o governo Lula entendeu que o País tinha uma dívida histórica com os indígenas e quilombolas, que na maioria das vezes não têm renda fixa para arcar com o custo da energia elétrica.