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DIREITOS HUMANOS


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Com Lula e Dilma, inclusão social e direitos humanos passaram a caminhar lado a lado

Como nunca antes na história, Brasil avançou na luta para promover direitos humanos

Nos governos de Lula e Dilma, milhões de brasileiros e brasileiras passaram a ter seus direitos respeitados. Os governos progressistas incorporaram as concepções mais contemporâneas de direitos humanos, que se dá também por meio da segurança alimentar, empregabilidade, reajustes salariais acima da inflação, acesso à educação e saúde de melhor qualidade, prioridade à primeira infância, moradia digna, acessibilidade e mobilidade urbana, respeito à diversidade e do reconhecimento das identidades.

Mulheres, crianças e adolescentes, pessoas negras, pessoas idosas, pessoas com deficiência, LGBTQIA+ (pessoas lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, queer, interssex e assexuadas), entre outros indivíduos e grupos em situações de vulnerabilidade, se tornaram foco das políticas públicas nos governos Lula e Dilma. Inclusão, proteção, oportunidades, visibilidade e participação social foram os princípios que nortearam a ação governamental nos governos do PT.

O Brasil avançou como nunca na defesa e promoção dos direitos humanos e as estruturas institucionais passaram a refletir as demandas e lutas da sociedade civil organizada. Em 2006, a Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres (SPM), a Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR) e a Secretaria Especial de Direitos Humanos (SDH/PR) adquiriram status de Ministério. Com essa mudança, as secretarias passaram a ter mais autonomia e orçamento para coordenar das políticas públicas nacionais de direitos humanos e promover maior integração das ações entre todas as pastas do governo federal.

Também com Lula e Dilma, o Brasil avançou em relação ao direito à memória, verdade e justiça, passo fundamental para a reconciliação com o passado e para a construção de um Brasil permeado por uma cultura de paz e de respeito à diversidade, à dignidade, aos direitos humanos.

Direitos para todas as pessoas

Nos governos Lula e Dilma, diversas iniciativas surgiram para garantir direitos humanos para todos e todas.

  • Em 2008, a aprovação da terceira versão do Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3), construída durante 8ª Conferência Nacional de Direitos Humanos, contou com a participação de mais de 20 mil representantes de todos os estados e com o engajamento de todos os ministérios do governo Lula.
  • Aprovação da Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006), marco histórico na luta das mulheres contra a violência doméstica.
  • Criação do Ligue 180, para receber denúncias relativas à violência contra as mulheres (Lei nº 10.714/2003).
  • Criação da Comissão Nacional da Verdade (Lei nº 12.528/2011), para investigar e tornar públicas as violações dos direitos humanos no período entre 1946 e 1988. A CNV resultou em 29 recomendações de ações práticas para que o Estado Brasileiro possa avançar em seu processo de justiça de transição.
  • Aprovação da Lei de Cotas (Lei nº 12.711/2012) nas Universidades Federais e Instituições Federais de Ensino Técnico, garantindo que 50% das vagas sejam direcionadas para pessoas que estudaram em escolas públicas e metade deste total à população com renda familiar de até 1,5 salário mínimo per capita.
  • Sanção da Lei nº 10.639/2003, que torna obrigatório o ensino de história e cultura afro-brasileiras nas escolas de todo o país.
  • Sanção da Lei nº 12.990/2014, que reserva à população negra 20% das vagas oferecidas nos concursos públicos federais.
  • Criação do Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH), com ampla participação da sociedade civil (Lei nº 12.986/2014).
  • Institucionalização do Disque 100[6], no ano de 2003, que facilitou o acesso ao sistema nacional de denúncias, ampliando o acesso para denúncias de violações de direitos de toda a população, especialmente grupos sociais em situação de vulnerabilidade, como crianças e adolescentes, população LGBT, pessoas idosas, pessoas com deficiência e pessoas em situação de rua.
  • Fortalecimento do Conselho Nacional de Combate à Discriminação/LGBT (Decreto nº 7.388/2010), atendendo demanda histórica dos movimentos LGBTQIA+, e que passou a ser responsável por formular e propor diretrizes de ação governamental em âmbito nacional.
  • Instituição do dia 17 de Maio como Dia Nacional de Combate à Homofobia (Decreto Presidencial de 4 de junho de 2010.
  • Realização da 1ª Conferência Nacional LGBT, em 2008, com a presença do Presidente da República, com o tema “Direitos Humanos e Políticas Públicas: o caminho para garantir a cidadania de gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais”.
  • Realização da 2ª Conferência Nacional LGBT (dezembro de 2011) e da 3ª Conferência Nacional LGBT (abril de 2016).
  • Instituição da Política Nacional de Saúde Integral LBGT[3] no âmbito do SUS (Portaria MS nº 2.836/2011).
  • Elaboração e publicação do primeiro Relatório Anual sobre Violência Homofóbica no Brasil em 2011 (2012).
  • Definição do uso do nome social e do reconhecimento da identidade de gênero de pessoas travestis e transexuais no âmbito da administração pública federal direta, autárquica e fundacional (Decreto nº 8.727/2016).
  • Aprovação da Emenda Constitucional (EC) 81[6] do Trabalho Escravo, em 2014, que prevê a desapropriação de propriedades rurais e urbanas quando houver flagrante de exploração de trabalho escravo, e fortalecimento das equipes fiscais do trabalho e coordenação das ações com Ministério Público do Trabalho (MPT).
  • Criação do Sistema Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (Lei nº 12.847/2013) para articular a política de prevenção e combate à tortura e outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes, entre os vários órgãos federais e estaduais. A mesma Lei criou também o Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura.
  • Demarcação da reserva indígena Serra Raposa do Sol (RR), uma das maiores do Brasil, palco de invasões que resultaram em violenta disputa de terras entre índios e agricultores (Portaria MJ nº 534/2005).
  • Criação da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai/MS) no âmbito do Ministério da Saúde (Lei nº 12.314/2010), em atendimento à demanda histórica das populações indígenas.
  • Sanção da Lei nº 12.978/2014, que transforma em crime hediondo a exploração sexual de crianças e adolescentes ou de vulneráveis.
  • Sanção da Lei da Palmada (Lei nº 13.010/2014), que estabelece o direito de crianças e adolescentes serem educados sem castigos físicos.
  • Sanção da Lei nº 13.257/2016, que aprova o Marco Legal da Primeira Infância, com ampla participação social, que define a prioridade absoluta a crianças de 0 a 6 anos.
  • Promulgação do Decreto nº 6.289/2007, que instituiu o Compromisso Nacional para a Erradicação do Sub-registro Civil de Nascimento e Ampliação do Acesso à Documentação Básica no Brasil, que promoveu a erradicação do subregistro e a criação da certidão nacional de nascimento.
  • Realização da 3ª Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa em 2014, com assinatura do Compromisso Nacional para o Envelhecimento Ativo, com a finalidade de promover o exercício pleno e equitativo dos direitos das pessoas idosas nos meios urbano e rural (Decreto nº 8.114/2013).
  • Lançamento do Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência – Viver sem Limite (Decreto nº 7.612/2011).
  • Criação do Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos (PNEDH), lançado em 2003, que demarcou o alinhamento do Brasil às práticas internacionais mais avançadas de Educação em Direitos Humanos, incorporando práticas e princípios de direitos humanos às políticas educacionais no Brasil (Portaria SEDH/PR nº 98/2003).
Inclusão social promovida intensamente por meio de medidas que garantiram direitos humanos à população. | Foto: Ricardo Stuckert

Inclusão social promovida intensamente por meio de medidas que garantiram direitos humanos à população. | Foto: Ricardo Stuckert

Governo segue recomendações do Programa Nacional de Direitos Humanos e cria Comissão Nacional da Verdade

Programa também aborda temas como união civil entre pessoas do mesmo sexo e adoção por casais homoafetivos

Um dos principais marcos da política de Direitos Humanos do governo Lula, a 3ª edição do Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3), de 2009, é resultado de ampla articulação entre 31 ministérios e da participação ativa da sociedade civil.

Elaborado a partir dos resultados da 11ª Conferência Nacional dos Direitos Humanos (CNDH), em 2008, que envolveu diretamente a participação de mais de 14 mil pessoas, com delegações representando as populações, as organizações e os movimentos de todos os estados brasileiros e do Distrito Federal, o PNDH-3 reúne 519 ações, distribuídas em sete eixos orientadores transversais, com destaque para os seguintes compromissos:

  • Interação democrática entre Estado e sociedade civil
  • Desenvolvimento e Direitos Humanos
  • Lançamento do Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência – Viver sem Limite (Decreto nº 7.612/2011).
  • Direito à Memória e à Verdade

O lançamento do Programa gerou um intenso debate provocado por instituições e segmentos contrários a alguns pontos de seu conteúdo, que ressoaram por meio da imprensa nacional.

A principal reação focou-se em um movimento contra a criação da Comissão Nacional da Verdade para examinar as violações de Direitos Humanos ocorridas durante o regime militar, de 1964 a 1985. Outras críticas se concentraram em temas como interrupção de gravidez, união civil entre pessoas do mesmo sexo, adoção por casais homoafetivos e marco regulatório para os meios de comunicação.

Após muitas discussões entre governo e representantes de grupos críticos ao Programa, o PNDH-3 foi aprovado com alterações em nove pontos. Entre as principais vitórias conquistadas no âmbito dos direitos humanos, destacam-se a criação da Comissão Nacional da Verdade e o Projeto de Lei sobre Castigos Físicos Corporais Contra Crianças e Adolescentes.

O PNDH-3 segue como o principal marco normativo e instrumento do Estado Brasileiro para construir políticas públicas que respeitem e promovam os direitos humanos em todas as frentes.

Comissão Nacional da Verdade confirmou 434 mortes e desaparecimentos de vítimas da ditadura militar. | Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil

Comissão Nacional da Verdade confirmou 434 mortes e desaparecimentos de vítimas da ditadura militar. | Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil

Combate sem trégua ao trabalho escravo resgatou mais de 50 mil brasileiros

Lista Suja foi implementada e a PEC do Trabalho Escravo, articulada, mas aguarda regulamentação

Com Lula e Dilma, o Brasil tornou-se referência mundial no combate ao trabalho escravo. Até 2016, mais de 50 mil pessoas foram resgatadas de situações análogas à escravidão. Essa estatística é resultante de uma guerra sem trégua travada desde o início do governo Lula, com a criação da Comissão Nacional para Erradicação do Trabalho Escravo (Conatrae), em articulação e coordenação com órgãos de fiscalização e autuação.

Órgão colegiado com representantes do governo, de trabalhadores, de empregadores/as e da sociedade, a Conatrae tem a missão de acompanhar, monitorar e coordenar as ações previstas no 1º e 2º Planos Nacionais para a Erradicação do Trabalho Escravo (PNETE) – implementados, respectivamente, em 2003 e 2008 pelo governo Lula –, além de acompanhar a tramitação de projetos de lei no Congresso Nacional e de projetos de cooperação técnica firmados entre o governo brasileiro e organismos internacionais.

Em decorrência das diretrizes dos Planos de Erradicação do Trabalho Escravo e das proposições da Conatrae, foram desencadeadas ações de prevenção à cooptação de pessoas trabalhadoras para o trabalho escravo e intensificadas as ações de fiscalização e implementação de serviços de atendimento ao trabalhador liberto.

Um dos destaques das ações de prevenção e enfrentamento ao trabalho escravo é a elaboração da chamada “Lista Suja”, que relaciona nomes de pessoas empregadoras/organizações condenadas no nível administrativo pelo uso de mão-de-obra em situação análoga à escravidão, restringindo-lhes o acesso a créditos junto a bancos oficiais entre outras sanções.

Em junho de 2014, como resultado de muita articulação e vontade política do governo Federal, o Congresso aprovou a Emenda Constitucional nº 81 (EC 81/PEC do Trabalho Escravo), que prevê o confisco de propriedades rurais e urbanas que forem flagradas utilizando-se de mão-de-obra de pessoas trabalhadoras submetidas à escravidão. As propriedades serão destinadas à reforma agrária e a programas de habitação popular. A EC ainda aguarda regulamentação.

Com criação da Comissão Nacional para Erradicação do Trabalho Escravo, Brasil reforçou fiscalização e autuação. | Foto: Ricardo Stuckert

Com criação da Comissão Nacional para Erradicação do Trabalho Escravo, Brasil reforçou fiscalização e autuação. | Foto: Ricardo Stuckert

Brasil avança na defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes

Combate à exploração sexual também tornou-se foco das ações governamentais

Entre 2003 e 2016, o Brasil avançou como nunca na defesa dos direitos da criança e do adolescente, tendo como um pilar a transversalidade das ações governamentais, consolidada com o lançamento, em 2007, da Agenda Social Criança e Adolescente e a prioridade absoluta, consolidada no Marco Legal da Primeira Infância (2016). Envolvendo 47 ações e 14 ministérios, a Agenda tornou-se o maior plano intersetorial de enfrentamento da violência contra crianças e adolescentes já implantado no país.

Entre os principais destaques das políticas públicas implantadas a partir de 2003 está o Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte (PPCAAM). Criado pelo governo Lula, o PPCAAM atua no atendimento direto às crianças e adolescentes ameaçadas e às suas famílias, retirando-as do local da ameaça e inserindo-as em novos espaços de moradia e convivência, garantindo sigilo e proteção. O Programa oferece oportunidades aos protegidos, tanto no acompanhamento escolar, como na inserção em projetos culturais e profissionalizantes, entre outros.

Com Lula e Dilma, o Brasil avançou de forma consistente também no combate à exploração sexual. As ações isoladas e de baixo alcance do passado deram lugar a uma intervenção governamental integrada e com ampla mobilização da sociedade, como o Disque Denúncia Nacional de Abuso e Exploração Sexual Contra Crianças e Adolescentes (Disque 100).

Entre 2003 a 2010, a então Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República realizou mais de 2,5 milhões de atendimentos e encaminhou mais de 142 mil denúncias provenientes de 4.885 municípios de todas as 27 unidades federativas do país, recebidas pelo Disque 100. Em dezembro de 2010, o serviço foi integrado ao Disque Direitos Humanos, que recebe e encaminha denúncias de violência contra outros segmentos em situações de vulnerabilidade, exemplo de pessoas idosas, população LGBTQIA+, pessoas com deficiência e população em situação de rua, pessoas migrantes, refugiadas e apátridas.

Coroando o protagonismo do país, o Brasil sediou em 2008 o III Congresso Mundial de Enfrentamento da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Maior evento do gênero já realizado no mundo inteiro, o Congresso reuniu delegações de 140 países, com 3.500 participantes, incluindo quase 300 adolescentes dos cinco continentes.

Em 2016, em ação interministerial com forte participação do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, o CONANDA, e da sociedade civil organizada, foi instituído o Marco Legal da Primeira Infância, que regulamentou o uso do termo a primeira infância no Brasil e determinou a prioridade absoluta à formulação e implementação de políticas públicas para as crianças de 0 a 6 anos de idade (Lei nº 13.257/2016).

Com o PT, crianças e adolescentes foram incluídas na agenda do governo. | Foto: Domingos Tadeu/PR

Com o PT, crianças e adolescentes foram incluídas na agenda do governo. | Foto: Domingos Tadeu/PR

Da rua ao Palácio do Planalto

Populações indígenas e em situação de rua, catadores de materiais recicláveis e pessoas com hanseníase encontraram portas abertas no Planalto

Um dos grandes orgulhos do presidente Lula foi ter feito do Palácio do Planalto a casa do povo brasileiro, abrindo suas portas inclusive para quem não tinha onde morar. O Palácio, acostumado a receber reis e rainhas, presidentes e autoridades internacionais, grandes empresários/as, passou também a receber populações indígenas, pessoas catadoras de materiais recicláveis e populações em situação de rua, pessoas com hanseníase que historicamente sofreram preconceito e receberam reparação durante o governo Lula, entre tantas outras que jamais pensaram que seriam recebidas pelo Presidente do Brasil.

Lula, que todos os anos celebra o Natal com os catadores e população em situação de rua, realizou duas Conferências Nacionais voltadas à população de rua. Antes de seu governo haviam iniciativas pontuais, desarticuladas e muitas vezes com características repressivas. Elas deram lugar a ações efetivas para a inclusão dessa população.

Em 2004, o governo Lula assegurou a inclusão da população em situação de rua na Política Nacional de Assistência Social.

Em 2005, a SDH realizou o 1º Encontro Nacional sobre População de Rua ao reconhecer a necessidade de promover a interlocução e participação de pessoas representantes dos movimentos da população de rua e busca incorporar suas demandas à agenda de políticas públicas do governo federal.

Em 2009, a SDH articulou e criou a Política Nacional para a População em Situação de Rua e um comitê integrado para o monitoramento de sua implementação, com participação interministerial. Entre os objetivos estão assegurar o acesso amplo aos serviços e programas que integram as políticas públicas de saúde, educação, trabalho, previdência, assistência social, transferência de renda, moradia, segurança, cultura, esporte e lazer.

Presidente Lula abriu as portas do Planalto para população de rua e catadores. | Foto: Ricardo Stuckert

Presidente Lula abriu as portas do Planalto para população de rua e catadores. | Foto: Ricardo Stuckert

Direito a nome, sobrenome, cidadania, futuro

Busca ativa e mutirões para emissão de certidões de nascimento fizeram o Brasil erradicar o sub-registro nacional civil

Ao final de 2002, o Brasil tinha 20,9% de suas crianças nascidas sem registro ou documentação. Sem seu primeiro documento – a certidão de nascimento – brasileirinhos e brasileirinhas enfrentariam no futuro dificuldades de acesso a direitos como educação, trabalho, assistência social e previdência. Em alguns estados, como Piauí, Maranhão e Ceará, os índices de sub-registro estavam acima de 30%. Em algumas cidades da Amazônia Legal, a taxa estava acima de 60%

O governo Lula entendeu que o alto índice de pessoas sem registro civil configurava um obstáculo à sua estratégia de ampliação dos programas sociais. E que certidão de nascimento é o direito humano ao nome e sobrenome, e à cidadania. Assim, sob coordenação da SEDH/PR, deu-se início a uma série de ações para mudar esse quadro, como mutirões, busca-ativa, política de integração de cartórios com as maternidades, fazendo com que as famílias já deixassem a maternidade com os documentos de suas crianças em mãos, e a criação da certidão nacional de nascimento, padronizando o documento em território nacional.

Só no Nordeste e na Amazônia Legal, as duas regiões com os maiores índices de sub-registro, foram realizados quase 3 mil mutirões para emissão de certidões de nascimento e de documentação básica, a maioria em áreas rurais, beneficiando inclusive comunidades indígenas, quilombolas e ribeirinhas.

Estas e outras ações deram resultado. Em 2013, a taxa de sub-registro civil de nascimento caiu para apenas 5,1%, o menor patamar da história. Em dezembro de 2015, o número de crianças sem registro no primeiro ano de nascimento já estava abaixo de 1%, e a ONU considerou o Brasil como um país que erradicou o sub-registro nacional civil.

Com mutirão, taxa de sub-registro civil caiu ao menor patamar da história no Brasil. | Foto: Ricardo Stuckert

Com mutirão, taxa de sub-registro civil caiu ao menor patamar da história no Brasil. | Foto: Ricardo Stuckert

Núcleo Brasileiro de Saúde Mental e Direitos Humanos reforça luta por mais dignidade

Com mais direitos humanos, prevenção de violações foi ampliada

Com Lula e Dilma, a saúde mental ganhou espaço na agenda de direitos humanos. A interface entre estes dois temas tornou-se efetiva a partir da reinstalação do Comitê Executivo do Núcleo Brasileiro de Saúde Mental e Direitos Humanos, integrado pelo Ministério da Saúde, Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Universidade Federal Fluminense (UFF), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV/USP).

O trabalho do Núcleo Brasileiro de Saúde Mental e Direitos Humanos inclui o acompanhamento de denúncias relativas a unidades de tratamento de saúde mental, à capacitação de gestores das políticas dessa área e à produção de conhecimento.

A importância de unir temas como direitos humanos e saúde mental se afirma a partir da convicção de que não é possível garantir a dignidade dos seres humanos sem considerar seu estado psíquico e, no caso dos pacientes, sem tratar da garantia de seus direitos fundamentais. O olhar dos direitos humanos, sob esta ótica, favorece a prevenção de violações e do sofrimento psíquico.

Direitos Humanos também se aprende na escola

Educadores, especialistas, sociedade civil e organismos internacinais unidos para educação com direitos humanos

Os 12 anos de governo do PT colocaram o Brasil no seleto grupo de países que avançaram na institucionalização da educação em direitos humanos e na promoção dos princípios celebrados pela Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948. Esse processo foi coroado com a homologação, em 2012, das Diretrizes Nacionais de Educação em Direitos Humanos, fruto de um processo amplo e participativo que envolveu educadores, especialistas, sociedade civil e organismos internacionais.

A partir da homologação dessas diretrizes, os educadores brasileiros ganharam referenciais para a promoção de uma cultura de respeito e promoção dos direitos humanos, como um material didático-pedagógico que privilegia a valorização da diversidade e o repúdio a todas as formas de preconceito e discriminação.

As diretrizes vieram somar-se a instrumentos e mecanismos implementados pelo governo Lula, como o Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos (PNEDH) e o Comitê Nacional de Educação em Direitos Humanos (CNEDH).

O plano, cuja construção envolveu sociedade civil, órgãos públicos e privados e diferentes esferas de governo, estabelece concepções, princípios, objetivos, diretrizes e linhas de ação em cinco áreas: Educação Básica, Educação Superior, Educação dos Profissionais do Sistema de Justiça e Segurança Pública, Educação Não-Formal e Educação e Mídia.

Já o Comitê Nacional, que é composto por representantes de órgãos governamentais, entidades da sociedade civil e personalidades destacadas na área, tem a função de propor, monitorar e avaliar políticas públicas para o cumprimento do Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos.

Sala de aula passaram a ser locais referenciais para cultura de respeito e promoção dos direitos humanos. | Foto: Elza Fiúza/Agência Brasil

Sala de aula passaram a ser locais referenciais para cultura de respeito e promoção dos direitos humanos. | Foto: Elza Fiúza/Agência Brasil

Protegendo pessoas defensoras de direitos humanos e pessoas ameaçadas: muito além da segurança física

Programas foram criados para proteger as pessoas e também garantir a reinserção social

Os governos do PT deram prioridade para a criação e fortalecimento de dois programas coordenadores pela então Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República para garantir a integridade física e psicológica tanto de pessoas defensoras de direitos humanos que atuam em território nacional, quanto aquelas ameaçadas que estão sob a proteção do Estado.

O conceito que norteia a atuação desse sistema é o de proteção integral, que busca assegurar não somente o direito fundamental à vida, mas também o direito à educação, saúde, habitação, assistência social e ao trabalho.

O Programa de Proteção a Defensores de Direitos Humanos (PPDH) foi criado em 2004, a partir do diagnóstico de que no Brasil defender os direitos humanos poderia, muitas vezes, trazer riscos à integridade das pessoas. O Programa tem como objetivo a adoção e articulação de medidas que possibilitem garantir a proteção de pessoas que estejam em situação de risco ou ameaça em decorrência de sua atuação na promoção ou defesa dos direitos humanos

Já o programa de Programa de Proteção a Vítimas e Testemunhas Ameaçadas - PROVITA, criado em 1999, tornou-se, no governo Lula, a base para um sistema nacional de proteção a vítimas e testemunhas ameaçadas. No último ano do governo Lula, mais de 1 mil brasileiros estavam sob proteção do Estado.

Os programas buscaram promover a reinserção social da pessoa protegida, minimizando os impactos relacionados às restrições impostas ao exercício de seus direitos e ao acesso a serviços.

Lei Maria da Penha


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Maria da Penha, a sobrevivente de violência doméstica que virou lei

Sancionada em 2006, Lei Maria da Penha também aborda violência psicológica, patrimonial e assédio moral

Em 1983, a biofarmacêutica cearense Maria da Penha Maia Fernandes sofreu duas tentativas de homicídio, ambas praticadas pelo marido. Ficou paraplégica e iniciou uma luta sem trégua pela punição ao agressor, que foi condenado duas vezes, mas seria preso 19 anos depois. O marido cumpriu apenas dois anos de prisão e ganhou a liberdade. Maria da Penha segue na luta pelo fim da violência contra as mulheres. Uma luta que conquistou um poderoso reforço no governo Lula: a Lei Maria da Penha, sancionada em 2006.

Entre outros avanços, a Lei Maria da Penha (Lei nº11.340/2006) determina que agressores de mulheres em âmbito doméstico ou familiar sejam presos em flagrante ou tenham a prisão preventiva decretada. A legislação aumenta o tempo máximo de detenção previsto de um para três anos, prevê medidas que vão desde a remoção do agressor do domicílio à proibição de sua aproximação da mulher agredida e dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher.

Com a Lei Maria da Penha, a violência doméstica deixou de ser tratada como algo banal, que podia ser reparada com o pagamento de cesta básica ou multa. Além da violência física e sexual, a legislação engloba também a violência psicológica, a violência patrimonial e o assédio moral.

Lei Maria da Penha, inspirada em uma vítima de violência, acaba com a impunidade. | Foto: Ricardo Stuckert

Lei Maria da Penha, inspirada em uma vítima de violência, acaba com a impunidade. | Foto: Ricardo Stuckert

Programa tem eixos estratégicos para promover direitos das mulheres, dar acesso a serviços públicos e garantir proteção

Para combater o feminicídio e a violência doméstica, foi criado o programa Mulher, Viver Sem Violência

Uma lei, sozinha, não é capaz de acabar com a violência doméstica, que continua sendo um grave problema no Brasil. Por isso, a Secretaria de Política para as Mulheres compreendeu que as políticas, programas e ações de conscientização, de incentivo à denúncia, de valorização da mulher e da busca pela igualdade entre os gêneros precisavam avançar cada vez mais.

Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), entre 2001 e 2011, cerca de 50 mil mulheres foram mortas em decorrência de conflitos de gênero, geralmente por um parceiro ou ex-parceiro.

Para enfrentar esse quadro, o governo federal lançou, no final de 2013, o programa Mulher, Viver sem Violência. Criado pelo Decreto nº 8.086/2013, seu principal objetivo foi o de integrar e ampliar os serviços públicos existentes voltados às mulheres em situação de violência, mediante a articulação dos atendimentos especializados no âmbito da saúde, da justiça, da rede socioassistencial e da promoção da autonomia. A coordenação coube a então Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República. Com cinco eixos de ação, entre 2013 e 2016, o governo Dilma fez as seguintes entregas:

  • Unidades Móveis para atendimento a mulheres em situação de violência no campo e na floresta – 54 ônibus entregues para todos os estados da federação, em locais de difícil acesso.
  • Campanhas de conscientização continuadas – cinco campanhas realizadas em dois anos enfatizando a Lei Maria da Penha e o Ligue 180.
  • Centro de Atendimento às Mulheres nas Fronteiras – até 2017 haviam sido entregues seis centros nas fronteiras do país.
  • Serviços de Saúde e Coleta de Vestígios de Crimes Sexuais – adaptação de instalações e capacitação de profissionais especializados.
  • Central de Atendimento à Mulher - Ligue 180. Entre 2006 e 2015, foram cerca de 5 milhões de atendimentos do serviço nacional de denúncia de violência contra as mulheres.

Com programa Mulher, Viver sem Violência, governo integrou e ampliou serviços para vítimas de violência doméstica. | Foto: Fernando Frazão/Arquivo Agência Brasil

Com programa Mulher, Viver sem Violência, governo integrou e ampliou serviços para vítimas de violência doméstica. | Foto: Fernando Frazão/Arquivo Agência Brasil

Uma casa para quebrar o círculo vicioso da violência doméstica

Casa da Mulher Brasileira tornou-se espaço de acolhimento e de respeito

Programa estabelecido em 2013, a criação da Casa da Mulher Brasileira em todas as capitais do país inovou ao criar um local de referência para que mulheres em sua diversidade pudessem ser acolhidas e apoiadas, e também rapidamente encaminhadas para o acesso a serviços públicos a depender de suas necessidades. Um espaço de acolhimento onde as mulheres são respeitadas, acolhidas e vistas na sua integralidade.

A Casa da Mulher Brasileira abriga delegacias especializadas de atendimento à mulher, juizados e varas, defensorias, promotorias, equipe psicossocial (psicólogas, assistentes sociais, sociólogas e educadoras, para identificar perspectivas de vida da mulher e prestar acompanhamento permanente) e equipe para orientação sobre emprego e renda.

Hoje são oito unidades no país: duas em Brasília (DF) e uma em Curitiba (PR), São Luís (MA), Campo Grande (MS), Fortaleza (CE), São Paulo (SP) e Boa Vista (RR).

Presidenta Dilma inaugura a primeira Casa da Mulher Brasileira, em Cuiabá (MT). | Foto: Roberto Stuckert Filho

Presidenta Dilma inaugura a primeira Casa da Mulher Brasileira, em Cuiabá (MT). | Foto: Roberto Stuckert Filho

Aumenta o número de mulheres que denunciam a violência no primeiro episódio

Ligue 180 mostra que mais de 84% dos autores de agressões são pessoas com vínculo afetivo ou familiar com as vítimas

De 2005 a 2015, a central de denúncias de violações de direitos humanos contra as mulheres - o Ligue 180 - recebeu 4,8 milhões de ligações. Somente em 2015, foram 749 mil chamadas, que resultaram em 72 mil encaminhamentos para a rede de atendimento e mais de 300 mil encaminhamentos para outros serviços de atenção.

As estatísticas informam que os autores das agressões são, em 84,2% dos casos, pessoas que têm ou tiveram vínculo afetivo ou familiar com as vítimas. Esses dados confirmam as pesquisas sobre a forma como a violência contra as mulheres no Brasil se reproduz: em 67,4% dos casos, a violência é cometida por companheiros, cônjuges, namorados, ex-companheiros, ex-cônjuges ou ex-namorados das vítimas.

Fonte: Central de Atendimento à Mulher - Ligue 180. Dados de 2015

Expansão e fortalecimento do Ligue 180

Com novo formato, Dique-Denúncia permitiu acionamento imediato da polícia

Em março de 2014, a Secretaria de Políticas para Mulheres da Presidência da República transformou o Ligue 180 em"Disque-denúncia”.

As denúncias recebidas passaram a ser encaminhadas aos sistemas de Segurança Pública e ao Ministério Público de cada estado e do Distrito Federal, para agilizar a resolução dos casos. Ao mesmo tempo em que prestava informações e orientações às vítimas, a central dava início à apuração das denúncias. Com ligações gratuitas, o serviço funciona 24 horas.

Em seu novo formato, o Ligue 180 possibilitou o acionamento imediato das polícias militares de todo o país, como ocorria com situações de tráfico de mulheres e de cárcere privado. Nos atendimentos classificados como urgentes, o serviço de denúncia passou também a fazer o imediato encaminhamento para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Aplicativo para celular, uma nova forma de denunciar

Ferramenta detalhava Lei Maria da Penha e ajudava a mapear locais de risco

A partir de 2014, as vítimas e testemunhas da violência contra as mulheres tiveram acesso a um aplicativo de celular para denunciar casos. O Clique 180 foi desenvolvido pela ONU Mulheres em parceria com a Secretaria de Políticas para Mulheres e com o apoio da Embaixada Britânica.

Além do acesso direto à Central de Atendimento à Mulher, o aplicativo trazia o detalhamento sobre a Lei Maria da Penha, com explicações sobre cada tipo de violência que a mulher possa vir a ser exposta e sugeria rotas para o serviço de atendimento mais próximo. Apresentava, ainda, uma ferramenta colaborativa que, alimentada com informações das próprias usuárias, permitia mapear os locais que ofereciam risco às mulheres, em cada cidade. Infelizmente, o aplicativo não está mais disponível.

As unidades móveis vão aonde a vítima está

Ônibus lilás doados para prevenção e assistência

A dificuldade de acesso aos serviços públicos é um dos principais problemas das mulheres da zona rural. Por conta disso, a partir de 2013, a Secretaria de Políticas para as Mulheres doou a cada estado e ao Distrito Federal ônibus adaptados e equipados para o atendimento emergencial.

Entre 2013 e 2016, as 58 unidades móveis doadas levaram às áreas mais afastadas dos centros urbanos ações de prevenção, assistência, apuração, investigação e enquadramentos legais.

Conferências nacionais para debater diretrizes de políticas públicas para mulheres no Brasil

Com Lula e Dilma, mulheres realizaram quatro conferências

A I Conferência ocorreu em 2004, com o tema “Políticas para as Mulheres: um desafio para a igualdade numa perspectiva de gênero”. Seu objetivo central foi apresentar diretrizes e propostas para a fundamentação do I Plano Nacional de Políticas para as Mulheres (I PNPM).

Em 2007 ocorreu a II Conferência, com o tema “Desafios para a construção da igualdade na perspectiva da implementação do PNPM, avaliação das ações e políticas propostas por ele e a participação das mulheres nos espaços de poder”. Intitulado “II PNPM”, o novo plano foi formado por 91 metas, 56 prioridades e 388 ações distribuídas nos 11 eixos temáticos.

A III Conferência ocorreu em 2011, e trouxe novos ares à forma como as mulheres sentiam-se representadas na política: Dilma Rousseff fora a primeira mulher a se tornar presidenta do Brasil. O tema da III CNPM “Autonomia e igualdade para as mulheres” teve como objetivo central discutir e elaborar políticas públicas voltadas à construção da igualdade.

A IV Conferência, em 2016, teve como tema"Mais direitos, participação e poder para as mulheres”. Seu principal objetivo foi discutir estratégias de fortalecimento das políticas para as mulheres e a democratização da participação das mulheres nas diversas esferas institucionais e federativas.

Em 2021, Bolsonaro publicou resolução adiando, novamente, a realização da V Conferência de políticas para mulheres, bloqueando ainda mais a participação social e a integração das visões das mulheres na sociedade.

Cerimônia de abertura da 3ª Conferência Nacional de Política para as Mulheres. | Foto: Roberto Stuckert Filho

Cerimônia de abertura da 3ª Conferência Nacional de Política para as Mulheres. | Foto: Roberto Stuckert Filho

Dilma proíbe revista íntima de funcionárias em locais de trabalho

Lei prevê pagamento de multa a quem descumprir a legislação

Em 2016, a presidenta Dilma sancionou a Lei nº 13.271 que proíbe as empresas privadas, os órgãos e entidades da administração pública, direta e indireta, de adotar quaisquer práticas de revista íntima de suas funcionárias e de clientes do sexo feminino.

O descumprimento da lei implica em multa de R$ 20 mil ao empregador, revertida aos órgãos de proteção dos direitos das mulheres.

Igualdade racial


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Políticas afirmativas elevam a autoestima e cada vez mais brasileiros se declaram negros

Movimento negro teve luta reconhecida nos governos do PT

O Censo 2010 provou uma antiga afirmação do movimento negro: o Brasil é um país majoritariamente negro. Pela primeira vez na história das pesquisas demográficas do país isso ficou demonstrado: 50% dos brasileiros e brasileiras autodeclaram-se pretos ou pardos. Isso ocorreu por conta da elevação da autoestima da população negra. Foram fundamentais as lutas dos movimentos negros e das políticas de ações afirmativas conquistadas durante o governo Lula e ampliadas no mandato da presidenta Dilma.

“Muitos que se autodeclaravam brancos agora se dizem pardos, e muitos que se classificavam como pardos agora se dizem pretos. Isso se deve a um processo de valorização da raça negra e ao aumento da autoestima dessa população”, explicou Jefferson Mariano, analista econômico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Entre 2003 e 2013, a renda da população preta e parda cresceu 51,4%, enquanto a da população branca aumentou 27,8%, segundo o IBGE. Mesmo assim, a renda dos negros ainda corresponde a apenas 57,4% da dos brancos.

Políticas afirmativas iniciadas no governo Lula e ampliadas com Dilma foram fundamentais para o movimento negro. | Foto: Ricardo Stuckert

Políticas afirmativas iniciadas no governo Lula e ampliadas com Dilma foram fundamentais para o movimento negro. | Foto: Ricardo Stuckert

Do ensino de história e cultura afro-brasileiras e indígenas às cotas no ensino superior e na administração pública

Leis de cotas permitem reparação histórica e reforço na luta contra preconceito

“O Brasil exige e necessita de políticas afirmativas para superar de vez o preconceito, a discriminação racial e as desigualdades sociais que ainda marcam nossa sociedade”, destacou a presidenta Dilma, na cerimônia de entrega da 19ª edição do Prêmio Direitos Humanos, em dezembro de 2013.

Historicamente reivindicadas pelos movimentos negros, as políticas afirmativas foram sistematicamente implantadas no começo do governo Lula, com a sanção da Lei nº 10.639/2003, que tornou obrigatório o ensino sobre história e cultura afro-brasileira nas escolas de todo o país. O trabalho da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (SEPPIR/PR) viabilizou um significativo debate no interior do governo e no conjunto da sociedade. Entrou em pauta a urgência de medidas que valorizassem a contribuição das populações negras para o desenvolvimento nacional e que contribuíssem para reverter estereótipos negativos.

Na mesma direção também foi sancionada pela presidenta Dilma a Lei nº 12.519/2011, que instituiu o 20 de novembro como o Dia Nacional da Consciência Negra homenagem ao herói negro Zumbi, símbolo da resistência negra através do Quilombo dos Palmares.

Foram também aprovadas no mandato da presidenta Dilma a lei que estabeleceu cotas para negras e negros no ensino superior e a que fixou reserva de vagas nos concursos públicos federais. Estas duas legislações aceleraram processos de inclusão, de correção de desigualdades e viabilizaram um debate ampliado da sociedade brasileira acerca da urgência de medidas que possibilitem a plena participação de negras e negros no debate e no desenvolvimento nacional.

Medidas afirmativas promovidas por Lula e Dilma aceleraram inclusão e correção de desigualdades. | Foto: EBC

Medidas afirmativas promovidas por Lula e Dilma aceleraram inclusão e correção de desigualdades. | Foto: EBC

Triplica o número de jovens negros no ensino superior

Ações como ProUni, Reuni e Lei de Cotas facilitaram acesso às universidades

Durante os governos Lula e Dilma o número de estudantes negros no ensino superior triplicou. Em 2001, apenas 10,2% deles estavam na universidade. Em 2012, o percentual chegou a 37,4%, graças a ações como o ProUni. Ele oferece bolsas de estudo em faculdades e universidades privadas; a expansão da rede federal de ensino superior e a ampliação do número de vagas nas universidades já existentes, como o Reuni.

Tais políticas representaram uma significativa mudança no sistema de seleção e acesso ao ensino superior no país tanto por causa da Lei 12.711 (Lei de Cotas) como também por causa das medidas políticas que fortaleceram o sistema de educação superior no país. Antes da Lei de Cotas ser aprovada, 18 das 58 universidades federais do país ainda resistiam em aplicar alguma política de reserva de vagas para negros. Desde o vestibular de 2013, por força da legislação, todas as instituições aderiram, ampliando o número disponível de vagas para cotistas de 140 mil para 188 mil.

Lei de cotas em concursos públicos acelera mobilidade social da população negra

Legislação federal foi replicada em estados e municípios, ampliando ação afirmativa

Em junho de 2014, Dilma sancionou uma das mais importantes ações afirmativas: a lei que reserva aos negros 20% das vagas oferecidas nos concursos públicos federais. A aprovação do projeto, ação afirmativa estratégica para acelerar a mobilidade da população negra nos próximos dez anos, foi uma vitória na luta pela igualdade racial no Brasil.

A lei valerá pelo menos por dez anos para órgãos da administração pública federal, autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista controladas pela União. A maioria dos estados brasileiros também adotaram, sobretudo por influência da legislação federal, medidas semelhantes em seus concursos públicos, assim como inúmeros municípios já aprovaram leis de cotas em concursos.

A medida é uma valiosa alavanca de inclusão e correção de desigualdades raciais.

Enfrentar a violência contra juventude negra e promover a inclusão

Plano Juventude Viva focado em garantir inclusão social e reformas institucionais

A histórica desigualdade a que mulheres e homens negros estão submetidos se traduz em execuções, desaparecimentos forçados e chacinas que desafiam governos e sociedade civil a uma ação efetiva em defesa da vida e contra a violência. Na história do movimento negro brasileiro, a luta contra o extermínio é pauta central e permanente.

No governo da presidenta Dilma, essa histórica reivindicação do movimento negro foi levada a sério. Em 2012, o governo federal criou o– Plano Nacional de Prevenção à Violência contra Juventude Negra. Ele visava articular ações de inclusão social e reformas institucionais focadas nos municípios com maiores índices de letalidade de jovens negros no país.

A estratégia envolveu 11 ministérios e mobilizou governos estaduais, prefeituras e agentes da sociedade civil em torno de uma pauta de defesa da vida da juventude negra, de mobilização em prol da cidadania e da garantia de direitos deste segmento da população.

Foi a primeira vez na história do Brasil que a demanda por reconhecimento da gravidade do problema foi registrada em discursos e ações diretas do governo federal.

Direitos LGBTQIA+


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Pioneirismo na defesa dos direitos da população LGBTQIA+, na luta contra a violência e na promoção de seus direitos e bem-viver

Primeira Conferência Nacional LGBT foi realizada durante o governo Lula

Em 2004, numa iniciativa inédita, o governo federal em parceria com os movimentos sociais, criou o Programa Brasil sem Homofobia. O objetivo do programa era promover a cidadania de gays, lésbicas, travestis, transgêneros e bissexuais, a partir da equiparação de direitos e do combate à violência e à discriminação homofóbicas, respeitando a especificidade de cada uma dessas comunidades.

Em 2008 o governo federal, por meio da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, organizou a primeira Conferência Nacional LGBT com a participação de militantes LGBT de todo o país e de gestores de políticas públicas. A conferência definiu prioridades para o enfrentamento da discriminação e da violência, bem como estabeleceu metas para a ampliação da cidadania da população LGBT. O Presidente Lula esteve presente na abertura da Conferência, a primeira do tipo na América Latina.

Em 2009, o governo Lula teve mais uma iniciativa pioneira na América Latina: a criação de uma estrutura para coordenar a elaboração e implementação de planos, programas e projetos relacionados aos direitos LGBTQIA+ em âmbito nacional: criou-se a Coordenação-Geral de Promoção dos Direitos LGBT ligada à estrutura da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.

Em 2011, já no governo Dilma, o Conselho Nacional de Combate à Discriminação passou a atuar voltado para o combate à discriminação e para a promoção e defesa dos direitos LBGT. “Nosso compromisso com o enfrentamento da violência que atinge a população LGBT é firme e inquestionável”, destacou Dilma Rousseff, na cerimônia de entrega do Prêmio Direitos Humanos 2013.

Combate à discriminação e promoção e direitos da população LGBTQIA+ como compromisso dos governos do PT. | Foto: Ricardo Stuckert

Combate à discriminação e promoção e direitos da população LGBTQIA+ como compromisso dos governos do PT. | Foto: Ricardo Stuckert

No governo Lula , SDH publica primeiro relatório nacional que reporta violências LGBTfóbicas pelo país, em 2010

Com dados, governo federal reforçou ações para combater a homofobia

Em 2010, o governo Lula publicou pela primeira vez um relatório que detalhou, com números, a dimensão da violência de gênero contra LGBTQIA+ no Brasil.

A segunda edição do documento, divulgada em 2013, revelou que o número de denúncias de violações cresceram de 1.159, em 2011, para 3.031, em 2012 ,e 1.695, em 2013. Isso reforçou a urgência de ampliação das ações de combate à homofobia.

A iniciativa foi fundamental para sistematizar os dados oficiais e orientar a implementação de políticas públicas específicas para esta população, como o Sistema Nacional de Promoção de Direitos e de Enfrentamento à Violência contra LGBT.Criado por meio de portaria em 2012, o Sistema tem a finalidade de articular as diferentes experiências de políticas públicas para proteção e promoção dos direitos dessa população. A ideia é combater os determinantes econômicos, sociais, culturais e ambientais da violência que atingem a população LGBT, efetivando políticas afirmativas, por meio da ampliação do diálogo e da articulação interfederativa, promovendo a equidade de direitos.

Conferências sobre Direitos LGBT e Dia Nacional de Combate à Homofobia simbolizam compromisso do Estado

No governo Dilma, também foi assinado o Termo de Cooperação técnica para Enfrentamento à Homofobia

Coube ao governo Lula a realização da 1ª Conferência Nacional de Políticas Públicas e Direitos Humanos LGBT em 2008. A 2ª ocorreu em 2011 e a 3º em 2016, ambas realizadas pelos o governos da Presidenta Dilma.

Em 2004, o movimento de travestis e transsexuais definiu o dia 29 de janeiro como marco de celebração de suas lutas, o Dia Nacional da Visibilidade Trans. Em 2010, outro passo importante: a assinatura do Decreto que instituiu o dia 17 de maio como o Dia Nacional de Combate à Homofobia , simbolizando o compromisso do Estado brasileiro com o enfrentamento da violência praticada contra lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, queers, intersexuais e assexuados (LGBTQIA+).

Em 2012, com Dilma, outro momento marcante: a Secretaria de Direitos Humanos, o Ministério da Justiça e diversos estados brasileiros assinaram o Termo de Cooperação técnica para Enfrentamento à Homofobia, com o objetivo de implementar ações de capacitação de órgãos de segurança pública para o enfrentamento da LGBTfobia.

Discurso do presidente Lula durante a 1ª Conferência Nacional de Políticas Públicas e Direitos Humanos LGBT

População LGBTQIA+ teve importantes conquistas durante os governos Lula e Dilma. | Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

População LGBTQIA+ teve importantes conquistas durante os governos Lula e Dilma. | Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

Governo federal estabelece possibilidade de uso nome social na administração pública federal

Travestis e transexuais tiveram reconhecimento da identidade de gênero

Em abril de 2016, a presidenta Dilma estabeleceu por meio do Decreto nº 8.727/2016, o reconhecimento da identidade de gênero de pessoas travestis e transexuais no âmbito da administração pública federal direta, autárquica e fundacional, permitindo a escolha do uso do nome social nesses âmbitos. O decreto ainda proíbe o uso de expressões pejorativas e discriminatórias para referir-se a pessoas travestis ou transexuais a administração pública direta e nas autarquias e fundações federais em todos os lugares do país.

Decreto assinado por Dilma proíbe o uso de expressões pejorativas e discriminatórias. | Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

Decreto assinado por Dilma proíbe o uso de expressões pejorativas e discriminatórias. | Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

Pessoas com deficiência conquistam acessibilidade, dignidade e inclusão

Conferências Nacionais dos Direitos da Pessoa com Deficiência marcaram a consolidação de um modelo para políticas inclusivas

Os mandatos de Lula e Dilma promoveram avanços históricos na direção da garantia de direitos à inclusão e efetiva participação das pessoas com deficiência, que só é possível com políticas públicas que eliminem barreiras e gerem ambientes acessíveis para todas e todos.

A participação social das pessoas com deficiência também fez parte dos planos de política pública dos governos Lula e Dilma.

A 1ª e a 2ª Conferências Nacionais dos Direitos da Pessoa com Deficiência, realizadas pelo governo Lula, foram marcos fundamentais na consolidação do modelo de gestão participativa das políticas direcionadas às pessoas com deficiência Brasil afora. A partir daí, as pessoas com deficiência tinham o reconhecimento do estado brasileiro de que eram também pessoas políticas ativas.

As duas conferências abriram caminho para conquistas importantes, ao produzirem deliberações e moções que serviram de subsídios tanto de políticas públicas específicas para o segmento quanto do Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3).

As consultas públicas feitas pelo governo federal modificaram a maneira de elaborar decretos, normas, programas e ações, dando destaque ao protagonismo das pessoas com deficiência. Três decretos exemplificam o compromisso do presidente Lula durante seus mandatos com as pessoas com deficiência com participação: os decretos da Acessibilidade (Decreto n° 5.296/2004), da difusão da Língua Brasileira de Sinais – Libras (Decreto n° 5.626/2005) e de regulamentação do uso de cão-guia (Decreto n° 5.904/2006) firmaram o compromisso da administração com medidas práticas e conquistas para as pessoas com deficiência.

A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência da Organização das Nações Unidas (ONU), ratificada pelo Brasil pelo Decreto Legislativo nº 186/2008, e pelo Decreto n° 6.949/2009, sela o compromisso governamental de construção de um Brasil que busca justiça social, equiparação de oportunidades e acessibilidade.

Atualmente, a Convenção é o principal instrumento legal que sustenta a luta contra o retorno de abordagens assistencialistas, como se vê no governo Bolsonaro.

Viver sem limite


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Educação Inclusiva: acessibilidade e inclusão social da escola para a comunidade

Como reflexo da política implementada pelo Ministério da Educação, índice de estudantes com deficiência matriculados aumentou

A articulação de políticas para a acessibilidade e a inclusão social, a partir de 2003, fez com que as políticas de educação do governo federal passassem a contemplar medidas efetivas de apoio e fomento à construção de sistemas educacionais inclusivos, à atenção à saúde, ao desenvolvimento de pesquisas, à formação de profissionais, à disponibilização de ajudas técnicas e tecnologias assistivas, entre outras. O princípio é o da inclusão, da convivência com a diversidade, do processo educativo e de desenvolvimento da criança, adolescente e pessoa adulta com deficiência ser também parte do desenvolvimento da comunidade escolar e da sociedade, compartilhando saberes e se desenvolvendo conjuntamente.

Em 2008, foi lançada a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva e aprovada, por meio de emenda constitucional, a convenção da ONU sobre os direitos das pessoas com deficiência.

Naquele mesmo ano, os resultados do Censo Escolar da Educação Básica apontaram para um crescimento significativo nas matrículas de educação especial em classes comuns do ensino regular. O índice de pessoas matriculadas que era de 46,8 em 2007, passou para 54% em 2008. Cada vez mais estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação estavam em classes comuns - um avanço para nossa sociedade.

Esse crescimento foi reflexo da política implementada pelo Ministério da Educação durante o governo Lula, que incluiu programas de implantação de salas de recursos multifuncionais, de adequação de prédios escolares para a acessibilidade, de formação continuada de professores da educação especial e do Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social (BPC) na escola, além do programa Educação Inclusiva: Direito à Diversidade. O propósito do programa era de estimular a formação de gestores e educadores para a criação de sistemas educacionais inclusivos.

Princípio da inclusão resultou em amplo crescimento nas matrículas de educação especial em classes comuns. | Foto: Associação Desportiva para Deficientes Físicos

Princípio da inclusão resultou em amplo crescimento nas matrículas de educação especial em classes comuns. | Foto: Associação Desportiva para Deficientes Físicos

Foco especial nas pessoas com deficiência na extrema pobreza

Acesso à educação, atenção à saúde, inclusão social e acessibilidade como prioridade

Desde o final de 2011, nada menos que 15 ministérios estiveram unidos em torno de um mesmo objetivo: garantir cidadania plena às pessoas com deficiência. O"Viver sem Limite – Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência” cumpre o compromisso dos governos do PT: assegurar a todos os brasileiros e brasileiras, sem qualquer discriminação, o direito ao desenvolvimento e à autonomia.

O Viver sem Limite tem como referência fundamental a constatação de que, ainda que a condição de deficiência esteja presente em diferentes grupos sociais e em diferentes idades, existe uma estreita relação entre pobreza extrema e agravamento das condições de deficiência. Motivados por esses indicadores, o Plano dedica especial atenção às pessoas em situação de pobreza extrema.

Com orçamento total de R$ 7,5 bilhões até o final de 2014, o Viver sem Limite foi organizado em quatro eixos: acesso à educação, atenção à saúde, inclusão social e acessibilidade.

Fonte: Censo Escolar da Educação Básica de 2008/Ministério da Educação

Adequação de escolas e universidades e regulamentação da Lei de Libras facilitam acesso de estudantes com deficiência

Lula priorizou regulamentação da Lei da Língua Brasileira de Sinais

A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência explicita que a acessibilidade deve ser garantida nos espaços, no meio físico, no transporte, na informação e comunicação, para possibilitar que as pessoas com deficiência participem plenamente de todos os aspectos da vida. Estabelece também que a liberdade de expressão e de opinião e acesso à informação, devem ser asseguradas, permitindo o direito à liberdade de expressão e opinião.

A regulamentação da Lei da Língua Brasileira de Sinais (Libras) foi uma das prioridades do governo Lula. A partir do Decreto nº 5.626/2005, a Libras foi inserida como disciplina obrigatória nos cursos de formação de professores e de fonoaudiologia, optativa para os demais, em instituições públicas e privadas de educação superior. Para viabilizar a educação bilíngue, no âmbito da política de educação inclusiva, foi realizada a certificação de proficiência Libras de cerca de 8 mil profissionais e, também criados os cursos de graduação em Letras/Libras e de Tradução e Interpretação Libras/língua portuguesa, em universidades federais de todo o país.

Viver sem Limite ampliou atenção à saúde desde os primeiros meses de vida

Foco do programa de triagem é identificação precoce de doenças e fatores de risco em bebês.

Entre as principais ações do eixo atenção à saúde, destaca-se o Programa Nacional de Triagem Neonatal. O programa consiste na identificação e na intervenção precoce para detectar e classificar o mais cedo possível as principais doenças e fatores de risco que afetam crianças de zero a dois meses de idade.

Isso permite o planejamento das condutas clínicas mais eficazes. Setenta e cinco maternidades receberam recursos para aquisição de equipamentos.

O eixo Atenção à Saúde do Viver sem Limite previu ainda a construção ou reforma de Centros Especializados em Reabilitação (CER), para ampliar o acesso e a qualidade desses serviços no âmbito do SUS. Em 2013, 102 CERs foram habilitados.

Programa amplia atendimento para bebês de até dois meses. | Foto: Marcello Casal/Agência Brasil

Programa amplia atendimento para bebês de até dois meses. | Foto: Marcello Casal/Agência Brasil

Acessibilidade também na comunicação e no acesso à informação

Governo federal investiu em centros públicos de produção de materiais acessíveis, livros em braile, entre outros

De forma inédita no Brasil, foi instituído o Comitê de Ajudas Técnicas - CAT, (Portaria SDH/PR nº 142/2006) com função de apresentar propostas governamentais referentes às ajudas técnicas. O governo federal, na educação, fomentou a acessibilidade à comunicação e informação, com a implantação dos centros públicos de produção de materiais acessíveis; a disponibilização de livros em braille e em formatos digitais acessíveis, computadores, scanner com voz, licenças de programas para aplicativos como ledores de telas, software de comunicação alternativa, impressora e máquina braille, sistema de informação digital acessível (Mecdaisy). Na saúde, avançou com a implantação de recursos e serviços para a oferta de tecnologia assistiva no âmbito do SUS.

Conferência das Pessoas com Deficiência resulta em agenda nacional e Plano de Políticas Públicas “Viver Sem Limite”

Lei que assegura direitos das pessoas com transtorno do espectro autista consolidou avanços

A partir das recomendações da I Conferência Nacional de Pessoas Com Deficiência, foram instituídas agendas intersetoriais como a Agenda Social - Pessoas com Deficiência, implantada a partir de 2007, e o Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência – Plano Viver sem Limite, a partir de 2012.

Consolidando um ciclo de avanços na conquista de direitos, a Lei nº 12.764/2012 e Decreto n° 8.368/2014 asseguram os direitos das pessoas com transtorno do espectro autista, e a Lei Brasileira de Inclusão (LBI) Estatuto das Pessoas com Deficiência (Lei nº 13.146/2015), altera algumas leis existentes para harmonizá-las à Convenção Internacional (ONU 2006).

Minha Casa, Minha Vida garante habitações adaptadas às condições físicas dos moradores

Até julho de 2014, mais de 900 mil unidades adaptáveis foram contratadas

O Minha Casa, Minha Vida 2 garantiu às pessoas com deficiência o direito à moradia adequada à sua condição física, sensorial e intelectual. O novo programa previu em todas as suas contruções que pelo menos 3% das habitações contratadas fossem construídas como unidades adaptáveis, com uma oferta de 20 mil unidades adaptadas de acordo com o tipo de deficiência: auditiva, visual, física, intelectual e nanismo.

Poderiam ser contempladas famílias que possuem renda familiar mensal de até R$ 1.600 selecionadas pelos municípios, estados, Distrito Federal ou entidades privadas sem fins lucrativos habilitadas pelo Ministério das Cidades, em zonas urbanas e rurais. O balanço até a primeira quinzena de julho de 2014 registrava 916.763 unidades adaptáveis contratadas e 11.380 unidades adaptadas entregues.

Programa apoiou inovação em tecnologias que aumentam autonomia e qualidade de vida

Universidades, institutos de pesquisa e empresas receberam recursos para desenvolver pesquisas de inovação

Implementado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e pela Agência Brasileira de Inovação (Finep), o Programa Nacional de Inovação em Tecnologia Assistiva teve como objetivo apoiar o desenvolvimento de produtos, metodologias, estratégias, práticas e serviços inovadores que aumentem a autonomia, o bem-estar e a qualidade de vida de pessoas com deficiência, pessoas idosas e pessoas com mobilidade reduzida.

Os recursos da Finep foram disponibilizados para universidades, institutos de pesquisas e empresas que desenvolvessem pesquisas de inovação com elevado risco tecnológico associado a oportunidades de mercado.

Crédito Acessibilidade realizou mais de 29 mil operações durante governo Dilma

Até 2015, Banco do Brasil liberou R$ 249 milhões

Lançado em 2012 pelo Banco do Brasil, o BB Crédito Acessibilidade financiou produtos (cadeiras de rodas motorizadas, computador portátil braille, adaptação para veículos etc) com valores entre R$ 70 e R$ 30 mil e juros entre 0,41% e 0,45% ao mês. Até o final de 2015, foram beneficiadas mais de 29 mil pessoas, num total de R$ 249 milhões.

Reparação para as pessoas atingidas pela hanseníase

11 mil pessoas vitítimas da política segregacionista conquistaram direito a uma pensão especial

Em 2005, o presidente Lula recebeu em audiência no Palácio do Planalto os integrantes do Movimento Nacional de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan), e aprovou propostas de melhoria de qualidade de vida para o grupo.

A partir daí, diversas ações realizadas resultaram em avanços nessa área. O Estado reconheceu a violação de direitos das pessoas atingidas pela hanseníase internadas e isoladas compulsoriamente em hospitais-colônia até 31 de dezembro de 1986 (mesmo depois de a Organização Mundial da Saúde ter estabelecido a eliminação da segregação física).

Cerca de 11 mil pessoas vítimas da política segregacionista, instituída em 1923 no Brasil para profilaxia da então chamada"lepra", conquistaram o direito a uma pensão especial com caráter indenizatório.

Lula concedeu pensão vitalícia às pessoas com hanseníase que tenham sido submetidas a internação e isolamento compulsórios em hospitais-colônia. | Foto: Ricardo Stuckert

Lula concedeu pensão vitalícia às pessoas com hanseníase que tenham sido submetidas a internação e isolamento compulsórios em hospitais-colônia. | Foto: Ricardo Stuckert

Acesso é cidadania: olhar integral e saúde das pessoas com deficiência

SUS passou a oferecer aparelhos auditivos e implante coclear

A organização e ampliação da Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Deficiência no SUS durante o governo Lula disponibilizou equipamentos como órteses e próteses, ofereceu serviços de reabilitação, de apoio à emancipação e participação social. Com a Política Nacional de Atenção à Saúde Auditiva, a partir de 2004 foram implementadas linhas de cuidado que possibilitaram que as pessoas com deficiência em situações de vulnerabilidade tivessem acesso a aparelhos auditivos e implante coclear pelo SUS.

Direito à memória e à verdade


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Pela primeira vez, Brasil investiga fatos ocultos da ditadura militar

Comissão Nacional da Verdade apurou e confirmou 434 mortes e desaparecimentos de vítimas do regime militar

“O Brasil merece a verdade, as novas gerações merecem a verdade e, sobretudo, merecem a verdade factual aqueles que perderam amigos e parentes e que continuam sofrendo como se eles morressem de novo e sempre a cada dia.”

Esta frase, pronunciada pela presidenta Dilma na cerimônia de posse dos integrantes da Comissão Nacional da Verdade (CNV) – e repetida na solenidade de entrega do relatório final da mesma Comissão – sintetiza a motivação que levou à criação de um órgão para investigar e divulgar fatos ocultos ocorridos entre 1964 e 1988.

Em 2010, Lula enviou ao Congresso Nacional o projeto de lei de criação da Comissão, como resultado de uma das recomendações do PNDH-3. O PL foi sancionado no ano seguinte pela presidenta Dilma, ela própria vítima da violência da ditadura militar instalada em1964. Ao longo de sua existência, a CNV coletou 1.121 depoimentos (132 deles de agentes públicos), realizou 80 audiências e sessões públicas pelo país e visitou - acompanhada de peritos e vítimas da repressão - sete unidades militares e locais utilizados pelas Forças Armadas no passado para a prática de torturas e outras graves violações de direitos humanos.

Os fatos apurados ao longo desse extenso trabalho criaram condições para confirmar 434 mortes e desaparecimentos de vítimas do regime militar, sendo 191 os mortos, 210 pessoas desaparecidas e 33 pessoas desaparecidas cujos corpos tiveram seus paradeiros revelados, um deles durante os trabalhos da CNV.

As violações comprovadas compreendem prisões sem base legal, tortura, mortes, violências sexuais, execuções, ocultações de cadáveres e desaparecimentos forçados.

CNV apontou ainda 377 agentes da repressão como responsáveis direta ou indiretamente pela prática de tortura e assassinatos durante a ditadura militar.

Presidenta Dilma Rousseff emocionada durante entrega do relatório da Comissão da Verdade. | Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

Presidenta Dilma Rousseff emocionada durante entrega do relatório da Comissão da Verdade. | Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

Lula e Dilma criam mecanismos para erradicar a tortura, herança maldita da ditadura

Plano de Ações Integradas de Prevenção e Combate à Tortura aumentou possibilidade de punir torturadores

Lula e Dilma assumiram o compromisso de erradicar da vida nacional uma das heranças malditas da ditadura: a tortura. Em 2005, o governo Lula implementou o Plano de Ações Integradas de Prevenção e Combate à Tortura (PAIPCT), com o objetivo de prevenir e dificultar a prática da tortura, além de aumentar a possibilidade de punição dos torturadores. Em 2013, a presidenta Dilma sancionou a lei nº 12.847, que instituiu o Sistema Nacional de Prevenção e Combate à Tortura criando também o Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura, instituído como órgão de Estado e com autonomia e independência nas investigações.

Na prática, o Sistema Nacional de Prevenção e Combate à Tortura vinculou e adequou a interação entre três órgãos já existentes (o Departamento Penitenciário Nacional e o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, ambos ligados ao Ministério da Justiça, e o Comitê Nacional de Prevenção e Combate à Tortura, da Secretaria de Direitos Humanos) e criou um mecanismo adicional para aprofundar o enfrentamento à tortura no Brasil. O Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura, responsável por fazer visitas a locais de privação de liberdade, hospitais psiquiátricos e outras instituições com pacientes em tratamento de saúde mental, solicitar a instauração de inquéritos, realizar perícias, elaborar relatórios, sistematizar dados e sugerir políticas públicas.

Direito à Memória e à Verdade: Para que não se esqueça, para que nunca mais aconteça

Pelo menos outros 40 países no mundo que também viveram regime de exceção implementaram comissões da verdade

Em agosto de 2006, o Brasil deu um passo histórico na direção do futuro, ao decidir relembrar o passado. Com a instituição do Projeto de Promoção ao Direito à Memória e à Verdade (DMV), passamos a recuperar e divulgar passagens ocultas dos anos de chumbo da ditadura militar.

Uma importante frente de batalha foi a busca pelos restos mortais de desaparecidos políticos, a reconstrução das informações acerca de um passado marcado pela violência e por violações de direitos humanos e o reconhecimento oficial pelo Estado dos erros cometidos durante o período de exceção.

Ao mesmo tempo, foram realizados eventos como a exposição “Direito à Memória e à Verdade – A Ditadura no Brasil 1964/1985”, que comemorou os 27 anos da Lei de Anistia. Uma série de livros começou a passar a história a limpo, sendo o primeiro deles o relatório da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, com os casos analisados pela Comissão entre 1996 e 2007. O projeto também resultou na instalação dos Memorial Pessoas Imprescindíveis, em homenagem àqueles que participaram da luta de resistência ao regime militar.

Em 2009, a terceira versão do Programa Nacional dos Direitos Humanos (PNDH-3) estabeleceu entre suas diretrizes o reconhecimento da memória e da verdade como direito humano de cidadania e dever do Estado, a preservação da memória histórica e a construção pública da verdade, e a modernização da legislação relacionada à promoção do direito à memória e à verdade, fortalecendo a democracia.

Entre as ações do PNDH-3 estava prevista a criação da Comissão Nacional da Verdade (CNV), como aconteceu em pelo menos outros 40 países no mundo, muitos dos quais na América Latina, que também viveram regimes de exceção que praticaram graves violações de direitos humanos.

No dia 10 de dezembro de 2014, a presidenta Dilma recebeu o relatório final da Comissão Nacional da Verdade, que resgata as histórias de 434 vítimas fatais da ditadura. Disse então a presidenta, ela própria presa e torturada pelo regime de exceção:

“O Brasil merece a verdade, as novas gerações merecem a verdade e, sobretudo, merecem a verdade factual aqueles que perderam amigos e parentes e que continuam sofrendo como se eles morressem de novo e sempre a cada dia”.

Discurso da presidenta Dilma na entrega do relatório da Comissão Nacional da Verdade

Efeito cascata: comissões da verdade foram criadas por todo o país

Diversos estados e municípios, além da OAB e universidades implementaram suas próprias comissões

A criação da Comissão Nacional da Verdade (CNV), em 2009, provocou um efeito cascata, influenciando e inspirando governos subnacionais, legislativos, universidades e instituições de ensino, organizações privadas e entidades de classe, a organizarem suas próprias comissões, contribuindo com um processo mais amplo de busca pela verdade, memória e justiça na sociedade brasileira.

Governos estaduais de 12 estados da federação instituíram suas Comissões da Verdade em formato similar à CNV, são eles: Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Espirito Santo, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina. Além de cidades como São Paulo (SP), então sob a gestão do Prefeito Fernando Haddad, Juiz de Fora (MG), Niterói (RJ), Natal (RN).

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), também criou sua comissão da verdade, bem como instituições de ensino superior como a Fundação Escola de Sociologia e Política de SP (FespSP), PUC/SP, UnB, Unesp, Unicamp, Unifesp, Unioeste, UFBA, UFC/UECE, Ufes, UFPA, UFPR, UFRJ, UFRN e USP.

Com Lula, Estado Brasileiro reconhece a identidade de pessoas mortas e desaparecidas durante a ditadura e confirma responsabilização de violações de Direitos Humanos durante a Ditadura Militar

Livro “Direito à Memória e à Verdade” consolitda a atuação de mais de 15 anos da Comissão sobre Mortos e Desaparecidos Políticos

Em 2007, a Secretaria Especial da Presidência da República publicou livro com o resultado dos esforços históricos da Comissão sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP) intitulado “Direito à Memória e à Verdade”. O livro consolida a atuação de mais de 15 anos da Comissão e traz o resultado dos seus trabalhos intensificados durante os anos do Governo Lula: conclui-se o exame de todos os casos sobre pessoas mortas e desaparecidas durante a ditadura militar apresentados à comissão.

Este livro-relatório é o primeiro passo da reconciliação do Brasil com seu passado de violações de direitos humanos, já que é o primeiro documento oficial emitido pelo Estado Brasileiro que mostra os resultados das investigações realizadas  por suas instituições: foram analisados casos de 475 vítimas, dos quais, 221 casos foram deferidos e as famílias puderam ser indenizadas.

Atentado do Riocentro e exumação de Jango na ordem do dia da Comissão

Relatório da Comissão Nacional da Verdade mostrou que atentado no Riocentro queria retardar volta da democracia

Desde que foram iniciados os trabalhos da Comissão Nacional da Verdade, em 2012, os brasileiros puderam finalmente entrar em contato com algumas feridas ainda não curadas de sua história.

Entre elas, o atentado do Riocentro, na noite de 30 de abril de 1981, quando mais de 20 mil pessoas assistiam a um show com os principais nomes da música popular brasileira. Uma tragédia de grandes proporções só não aconteceu porque a bomba que seria usada no atentado explodiu antes da hora, matando um agentes da ditadura que estavam no interior de um carro próximo à casa de shows e deixando outro gravemente ferido. Uma segunda bomba explodiu 30 minutos depois, no interior do Riocentro, na miniestação elétrica responsável pelo fornecimento de energia do local, sem deixar vítimas.

Segundo o relatório da Comissão, “as explosões no Riocentro foram fruto de um minucioso e planejado trabalho de equipe, que contou com a participação de militares”. Durante anos, aponta o documento, os envolvidos no episódio tentaram atribuir a ação terrorista a grupos de resistência à ditadura militar, mas a versão não se sustentou devido à falta de provas, incoerências e contradições. Por fim, o relatório da Comissão afirma que o objetivo do atentado era retardar o processo de abertura política já em curso no país.

Leia aqui o relatório “O caso Riocentro: terrorismo de Estado contra a população brasileira”.

Justiça para Jango

Restos mortais do ex-presidente foram exumados e Dilma comandou cerimônia em homanegem ao ex-presidente João Goulart

Em novembro de 2013, a Comissão Nacional da Verdade concluiu o processo de exumação dos restos mortais do ex-presidente João Goulart, o Jango, deposto pelo golpe militar de 1964. O pedido de exumação estava em curso desde 2007, a pedido da família do ex-presidente, que nunca se convenceu da causa oficial da morte (ataque cardíaco). O laudo da perícia teve resultado inconclusivo.

Jango, que morreu durante a ditadura, não teve o direito de ser velado e enterrado com honras de chefe de Estado. É por isso que, logo após a exumação, os restos mortais do ex-presidente foram levados à Base Aérea de Brasília, onde a presidenta Dilma Rousseff comandou cerimônia de homenagem tradicionalmente concedida a presidentes e ex-presidentes.

Presidenta Dilma Rousseff durante cerimônia de chegada a Brasília dos restos mortais do Presidente João Goulart. | Foto: Roberto Stuckert

Presidenta Dilma Rousseff durante cerimônia de chegada a Brasília dos restos mortais do Presidente João Goulart. | Foto: Roberto Stuckert

O que Lula e Dilma fizeram de diferente pelos direitos humanos?

Em primeiro lugar, Lula e Dilma tomaram a decisão histórica de governar para todos os brasileiros – com atenção especial aos mais pobres e aos segmentos mais vulneráveis. Mulheres, negros, crianças e adolescentes, idosos, pessoas com deficiência, população LGBTQIA+ e vítimas em geral de violência, exclusão, discriminação e abuso, conquistaram visibilidade e uma série de políticas públicas voltadas para o respeito e a promoção de seus direitos.

Quais os avanços conquistados durante os governos Lula e Dilma?

Foram vários: a aprovação da Lei Maria da Penha, a criação da Comissão da Verdade, a Lei de Cotas para jovens negros, a implementação do Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Viver sem Limite), o combate à homofobia e a promoção dos direitos LGBTQUIA+, a aprovação da PEC do Trabalho Escravo, a demarcação da reserva indígena Serra Raposa do Sol, a criação do Sistema Nacional de Prevenção e Combate à Tortura, a criação da Secretaria Nacional Especial de Saúde Indígena e a aprovação da Lei que transforma em crime hediondo o abuso sexual de crianças e adolescentes, entre muitos outros.

Na prática, o que essas ações trouxeram de positivo? A Lei Maria da Penha, por exemplo, acabou com a violência doméstica contra a mulher?

Uma lei, sozinha, não é capaz de eliminar um problema tão grave. Mas a Secretaria de Políticas para as Mulheres estima que 300 mil vidas de mulheres tenham sido salvas entre 2006 e 2018. Nesse período, cerca de 100 mil mandados de prisão contra agressores foram expedidos.

O que Lula e Dilma fizeram pela população negra?

Para Lula e Dilma, o Brasil precisava focar em políticas afirmativas para superar de vez o preconceito e a discriminação racial. E essas políticas começaram a ser implantadas logo no começo do governo Lula, com a sanção da Lei nº 10.639, que tornou obrigatório o ensino de história e cultura afrobrasileiras nas escolas de todo o país. Um avanço fundamental foi a sanção da lei que estabelece cotas para negros no ensino superior. Com a aprovação dessa lei e a implantação de ações como o Programa Universidade para Todos (Prouni), o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e a expansão da rede federal de ensino superior, o número de estudantes negros no ensino superior triplicou em 12 anos.

O que tudo isso representou, em termos de promoção da igualdade racial?

Entre 2003 e 2013, com Lula e Dilma, a renda da população preta e parda cresceu 51,4%, enquanto a da população branca aumentou 27,8%, segundo o IBGE. Mesmo assim, a renda dos negros ainda corresponde a apenas 57,4% da dos brancos – sinal de que as políticas afirmativas precisam avançar cada vez mais. Mas o sinal de que estamos avançando são claros. O Censo 2010, por exemplo, trouxe uma surpresa. Pela primeira vez, brasileiros e brasileiras que se autodeclararam pardos e pretos apareceram como maioria: 50,7%. No Censo anterior (ano 2000), a maioria da população brasileira (53,7%) se declarava branca. Longe de um eventual aumento da taxa de natalidade, a explicação para o fenômeno está na elevação da autoestima da população negra, graças às políticas afirmativas iniciadas no governo Lula e ampliadas por Dilma.